CONSTRUÇÃO INTERIOR
Tudo o que posso dizer em matéria de estética cinematográfica se restringe ao seguinte: eu não acho que exista em qualquer filme contemporâneo um cuidado real com a construção - não me refiro à construção esquemática, mas à “construção interior”, ao dinamismo do filme de onde nasce a impressão de uma obra completa.
Para finalizar com as questões de ordem estética, falo também para vocês sobre a antipatia que nutro diante das aproximações que tentam fazer entre o cinema e as outras artes.
A comparação mais perigosa foi estabelecida entre o cinema e a música. Falou-se de Música visual, de contraponto visual. Essas expressões me parecem desprovidas de qualquer significação.
Elas resultam do jogo perverso dos estetas, por isso é preciso deixá-las com eles, a quem parecem dar prazer.
(Cinéa Ciné pour tous, 15 de março de 1928. Traduzido por Matheus Cartaxo)
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