FRANKENSTEIN TEM QUE SER DESTRUÍDO, Terence Fisher, 1969
por Serge Daney e Jean-Pierre Oudart
Qual é a situação de Terence Fisher? Último cineasta, representante tardio de uma concepção do cinema (Murnau, Lang) exaurida, concepção que só pôde reativar inscrevendo-a numa tradição tipicamente inglesa, literária antes de ser cinematográfica: a do filme de terror tradicional.
De qual das duas trata o filme? Esses dois princípios são trabalhados quase unicamente no nível de uma história incidental e de um deslizamento de máscaras que afeta todos os personagens da ficção sem jamais ser comprometido por uma escrita bastante polida, que torna às vezes ainda mais fantásticas certas passagens de um plano, de um lugar, de uma cena, de um corpo a outro.
A beleza do filme então deve muito pouco à escrita mágica e descontínua de todo esse cinema e mais à supressão de seus traços, a uma doçura que por vezes recobre, por vezes exaspera.
(Cahiers du Cinéma nº 218, março 1970, p. 66. Traduzido por Bruno Andrade)
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