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Filhos do divórcio: “Filhos do divórcio é um dos meus filmes favoritos. [...] Eu estava tentando evitar os clichês dos melodramas tradicionais”.

Crime da estrada: “O roteiro de Crime da estrada havia me agradado muito. Mais uma vez foi um filme de aprendizado para mim”.

Era uma vez uma herança: “O filme foi uma comédia, gênero que adoro acima de todos os outros. O filme estava muito à frente tecnicamente: eu usei a imagem congelada para introduzir cada nova sequência, a câmera lenta e a aceleração, e intertítulos também! Ninguém entendeu o que tentamos fazer, mas foi muito divertido”.

O cerco: “O cerco foi um ponto de virada na minha carreira porque eu havia finalmente encontrado um estilo que me agradou”.

O estrangulador misterioso: “Outro filme que permitiu que eu ampliasse meus conhecimentos do ofício”.

Veja se você ri: “Neste filme vê-se um trecho de um dos meus Flicker Flashbacks. Fiz o filme como um favor ao produtor e não me arrependo: realmente tive muito prazer. Para mim, foi uma espécie de volta às origens do tempo em que trabalhei para o departamento de notícias da R.K.O.”.

Império do terror: “Gosto muito desse filme por me permitir experimentar com o meu estilo recém-encontrado”.

Seu tipo de mulher (creditado a John Farrow): “Howard Hughes julgava que o filme não tinha ação e quis que eu refizesse metade da última bobina; para isso ele me concedeu um roteirista e dez dias de filmagens. Uma coisa levou à outra, de acordo com os caprichos de Hughes, a filmagem se prolongou por oito meses e eu realizei as últimas oito bobinas de Seu tipo de mulher, bem como outras sequências que precisavam ser refeitas”.

Rumo ao Inferno: “O resultado final do filme representa o que eu acreditava ser a perfeição do meu estilo”.

O amor, sempre o amor: “Eu adoro O amor, sempre o amor. A filmagem foi um prazer permanente e todos os atores interpretaram realmente juntos como uma única e mesma entidade: sente-se isso de fato numa visão do filme”.

Sábado violento: “Sábado violento centra-se mais nas personagens e nos seus problemas do que na própria ação”.

O escândalo do século: “Era uma manchete célebre na história criminal americana e eu tentei reconstruí-la o mais fielmente possível”.

Vikings, os conquistadores: “Durante as filmagens, por uma curiosa alquimia, fomos ‘possuídos’ pelo espírito viking e todos participaram”.

Fama a qualquer preço: “Eu pensei que a história se prestava admiravelmente a um western fora do comum”.

Barrabás: “A dificuldade do filme residia na possibilidade de visualizar a agitação interna de um homem analfabeto e pouco comunicativo, que nem mesmo consegue se dar conta dos seus próprios sentimentos, e no caso ignora a maneira de interpretá-los”.

Viagem fantástica: “Eu tinha um controle total sobre o filme. Nada se fez em Viagem Fantástica que eu não tenha pessoalmente dirigido ou supervisionado”.

O homem que odiava as mulheres: “Este projeto realmente me excitou enormemente devido ao seu desafio técnico, o qual me impus após uma visita à Exposição Universal de Montreal em 1967. Foi ao ver as exposições de telas múltiplas que eu percebi o potencial desta técnica para o cinema”.

Tora! Tora! Tora!: “Era um projeto bastante ousado a ser realizado pela Fox. Eis um filme que mostra a que ponto os Estados Unidos foram estúpidos”.

O estrangulador de Rillington Place: “É o tipo de filme que gosto de realizar: um drama psicológico. Eu tinha algo importante a declarar sobre a pena de morte e as aberrações mentais”.

A última fuga: “Substituí John Huston que teve grandes problemas com George C. Scott”.

Terror cego: “Eu amei o roteiro e, para mim, foi mais uma vez um desafio para encontrar uma nova maneira de apresentar este tipo de thriller de horror, onde você não vê o assassino”.

Os novos centuriões: “A história me interessou muito, pois foi a primeira vez que um filme foi centrado em um simples policial uniformizado”.

Mandingo – O fruto da vingança: “Meu Mandingo é um reflexo verídico daquela época. E se é verdade que ele parece melodramático em alguns pontos, não deixa de ser um retrato rigorosamente exato dos horrores da escravidão”.

Nasce um cantor: “Eu acredito que o tratamento das passagens musicais é bastante novo e original: a música não é integrada artificialmente como nos filmes ditos musicais. É um filme com a música”.


(trechos extraídos de Richard Fleischer, por Stéphane Bourgoin. Edilig, coleção “Filmo”, 1986. Traduzido por Bruno Andrade)

 

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