BAIONETAS CALADAS
por Jacques Lourcelles


(Fixed Bayonets!). 1951. Fox (92 minutos). Produção: Jules Buck. Roteiro: Samuel Fuller, baseado na novela de John Brophy. Fotografia: Lucien Ballard (P/B). Música: Roy Webb. Cenografia: Lyle R. Wheeler, George Patrick (a.d.), Thomas Little, Fred J. Rode (s.d.). Montagem: Nick DeMaggio. Elenco: Richard Basehart (cabo Denno), Gene Evans (sargento Rock), Michael O’Shea (sargento Lonergan), Richard Hylton (soldado Wheeler), Craig Hill (tenente Gibbs), Skip Homeier (“Belvedere” Whitey), Henry ‘Bomber’ Kulkovich (Vogl), Richard Monahan (Walowicz), Paul Richards (Ramirez), Tony Kent (Mainotes), Don Orlando (Borcellino), Patrick Fitzgibbon (Paddy), Neyle Morrow (médico), George Wesley (Griff), Mel Pogue (Bulcheck), George Conrad (Zablocki), David Wolfson (Bigmouth), William Thourlby (Husky Doggie), Al Nego (Lean Doggie), Wyott Ordung (Fitz), Pat Hogan (Jonesy), James Dean (Doggie), John Doucette (Coronel - 18ª infantaria), Bill Hickman, Kayne Shew.

Segundo filme de guerra de Fuller e o de estilo mais clássico entre os que assinou. O fato de que se trata do primeiro trabalho do autor para uma grande companhia explica em parte o caráter relativamente tradicional e sábio da mise en scène. Isso não impede o filme de se apresentar sob a forma insólita de um pesadelo que se transforma de pouco em pouco (para o personagem principal) em realidade. Essa vibrante homenagem à infantaria, “a rainha das batalhas”, contém também, como sempre em Fuller, numerosas cenas notáveis pela sua eficácia e sua originalidade, como aquela na qual Gene Evans, crendo massagear o pé congelado de um de seus homens, descobre que na realidade massageia a si mesmo. Durante todo o filme Fuller se dedica a mostrar que, nesse ambiente desumano que é a guerra, o homem não pode permanecer verdadeiramente humano senão por uma ultrapassagem selvagem de suas próprias fobias, seus próprios limites. Ele ilustra sua proposição na história central do filme, mas também em pequenos painéis laterais onde figuram por exemplo a anedota desse médico que, operando-se a si mesmo, descobre que pode também tratar os outros.

(Dictionnaire du cinéma: Les Films, Paris: Laffont, 1992, p. 120)


 

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