TUBARÃO
por Inácio Araujo


(Shark!/Un arma de dos filos). 1969. Heritage Productions/Cinematográfica Calderón S.A. (92 minutos). Produção: Skip Steloff, Mark Cooper. Produtor associado: José Luis Calderón. Roteiro: Samuel Fuller e John Kingsbridge, baseado na novela His Bones Are Coral, de Victor Canning. Fotografia: Raúl Martínez Solares (Eastmancolor). Música: Rafael Moroyoqui. Cenografia: Manuel Fontanals. Montagem: Carlos Savage. Elenco: Burt Reynolds (Caine), Arthur Kennedy (Doc), Silvia Pinal (Anna), Barry Sullivan (professor Dan Mallare), Francisco Reiguera (Yusef), Manuel Alvarado (Latalla), Carlos Barry (Runt), Carlos Beriochoa (Smoky-Smoky), José Chávez Trowe (tenente), Enrique Lucero (inspetor Barok), Emilia Stuart (Asha).

Às vezes as relações entre os personagens são tão carregadas, tão sórdidas, que logo reconhecemos um filme de Samuel Fuller. Depois, é como se o diretor tivesse saído de cena: Tubarão vira quase um filme qualquer. Existe, para começar, um aventureiro no Oriente Médio. Ele encontra um casal que alega fazer pesquisa científica, mas está mesmo é atrás de um tesouro submarino. O ponto fraco talvez esteja na ambição desmedida da dupla: Fuller se dá bem na mixaria, nas ambições limitadas, humanas. Esse vilão pouco humano não parece interessá-lo nem um pouco, e não é à toa que o final parece de um filme de John Huston. Mas é um Fuller raro, com momentos em que brilha seu talento único. Eis o que de fato conta.

(Folha de São Paulo, 12 de fevereiro de 2006)


 

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