A DAMA DE PRETO

por Inácio Araujo

 

(Park Row). 1952. Samuel Fuller Productions (83 minutos). Produção: Samuel Fuller. Roteiro: Samuel Fuller. Fotografia: Jack Russell (P/B). Música: Paul Dunlap. Cenografia: Theobold Holsopple (p.d.), Ray Robinson (s.d.). Montagem: Philip Cahn. Elenco: Gene Evans (Phineas Mitchell), Mary Welch (Charity Hackett), Bela Kovacs (Ottmar Mergenthaler), Herbert Heyes (Josiah Davenport), Tina Rome (Jenny O’Rourke), George O’Hanlon (Steve Brodie), J. M. Kerrigan (Dan O’Rourke), Forrest Taylor (Charles A. Leach), Don Orlando (sr. Angelo), Neyle Morrow (Thomas Guest), Dick Elliott (Jeff Hudson), Stuart Randall (sr. Spiro), Dee Pollock (Rusty), Hal K. Dawson (sr. Wiley).

 

Jornalista frustrado vê o jornalismo

 

Nas redações de jornais existe uma penca de cineastas frustrados. Samuel Fuller é um raro caso de cineasta que era, na verdade, um jornalista frustrado.

 

Daí não espantar que tenha produzido A Dama de Preto (Telecine 5, 22h) com seu próprio dinheiro, para falar de Park Row, a rua dos jornais de Nova York.

 

Por vezes soa antifulleriano, de tão idealista que são os heróis. Às vezes, o fraseado soa até ingênuo.

 

Mas existe uma tal paixão, plano a plano, que raras vezes se terá visto um trabalho (filme ou não) tão exemplar e tão didático sobre o que seja notícia, ética e liberdade, ou seja, sobre o que sejam o jornalismo e o cinema: um campo de batalha.


 

(Folha de São Paulo, 15 de dezembro de 1999)


 

VOLTAR AO ÍNDICE

 

 

2009 – Foco